O primeiro encontro do Grupo de Trabalho “Psicanálise e Contemporaneidade” acontecerá na quarta, 09/03, às 17h, no Zoom, e vai abrir o debate sobre o tema “Mulheres indígenas: resistências e desafios”. A atividade, coordenada por Helena de Castro Affonso, é aberta ao público e gratuita. Confira o que a psicanalista adiantou sobre essa primeira live do Grupo de Trabalho:
“As terras indígenas não são um naco de vegetação, fauna e rios que pertencem a uma comunidade. A terra indígena é parte de quem a habita. E quem a habita é parte daquele pedaço de terra.
‘Seu corpo se confunde com os elementos de sua terra porque sua identidade está fortemente vinculada aos seus territórios ancestrais’, descreve o resumo do relatório ‘As Mulheres Indígenas e seus Direitos Humanos nas América’ (2017), da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA).
Há uma relação estreita e harmônica com suas terras e essa relação tem papel fundamental na construção de sua identidade.
Ao longo do tempo, seus territórios ancestrais foram sendo tomados pela indústria extrativista e agropecuária.
Nesse contexto, a mulher indígena é uma, individual, mas também parte de um todo empurrado para cada vez mais longe de suas raízes.
‘Preservando e valorizando sua individualidade, muitas mulheres indígenas vivem juntas essas questões que envolvem tradição e modernidade’, nos diz Claudia Nichnig, a convidada do primeiro encontro Psicanálise e Contemporaneidade.
‘Somente a partir de sua identidade é que elas se definem como coletivo’, define Cláudia.
É a partir de sua relação simbólica com a mãe-terra que as mulheres indígenas empreendem sua batalha contra a desigualdade, o racismo, o sexismo e a pobreza.”